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terça-feira, 19 de agosto de 2025

Lei geral dos gases

 A lei geral dos gases é uma equação que combina três leis clássicas do comportamento dos gases:

  • Lei de Boyle (pressão inversamente proporcional ao volume)
  • Lei de Charles (volume diretamente proporcional à temperatura)
  • Lei de Gay-Lussac (pressão diretamente proporcional à temperatura)

Ela descreve como pressão (p), volume (V) e temperatura (T) de um gás se relacionam quando a quantidade de matéria (n) permanece constante.

A fórmula da lei geral dos gases:

Onde:

  • p1, V1 e T1 são os valores iniciais de pressão, volume e temperatura.
  • p2, V2 e T2 são os valores finais após alguma transformação.

Essa equação permite prever como um gás se comporta quando duas variáveis mudam simultaneamente, mantendo a quantidade de gás constante.

Lei de Boyle-Mariotte, também conhecida como lei de Boyle-Mariotte, descreve a relação entre a pressão e o volume de um gás quando a temperatura é mantida constante (transformação isotérmica).

Essa equação permite prever como um gás se comporta quando duas variáveis mudam simultaneamente, mantendo a quantidade de gás constante:

Onde:

  • p1 e V1 são os valores iniciais de pressão, volume e temperatura.
  • p2  e V2 são os valores finais após alguma transformação.

Lei de Charles, também conhecida como Lei dos Volumes, estabelece que, para uma quantidade fixa de gás, mantida a pressão constante, o volume ocupado por esse gás é diretamente proporcional à sua temperatura absoluta (em Kelvin):

Onde:

  • V₁: é o volume inicial do gás.
  • T₁: é a temperatura inicial do gás (em Kelvin).
  • V₂: é o volume final do gás.
  • T₂: é a temperatura final do gás (em Kelvin). 

Lei de Gay-Lussac, também conhecida como a segunda lei de Gay-Lussac ou lei das transformações isocóricas, afirma que, para um gás de massa fixa e volume constante, a pressão exercida pelo gás varia diretamente com a temperatura absoluta do gás:

Onde:

  • p1 e T1 são os valores iniciais de pressão, volume e temperatura.
  • p2 e T2 são os valores finais após alguma transformação.

 Por que lei geral dos gases é útil?

  • Permite resolver problemas práticos envolvendo gases em diferentes condições.
  • É usada em áreas como engenharia, meteorologia, medicina (respiradores, por exemplo) e até em balística.
  • Serve como ponte para entender a equação de estado dos gases ideais, quando a quantidade de gás não é constante:

      p·V = n·R·T

     Onde:

  • p: Pressão do gás, geralmente medida em Pascals (Pa) ou atmosferas (atm).
  • V: Volume ocupado pelo gás, geralmente medido em metros cúbicos (m³) ou litros (L).
  • n: Número de mols do gás, que representa a quantidade de matéria do gás.
  • R: Constante universal dos gases, cujo valor depende das unidades de pressão e volume utilizadas (por exemplo, 8,314 J/(mol·K) ou 0,0821 (atm·L)/(mol·K)).
  • T: Temperatura do gás, sempre medida em Kelvin (K).

Exemplo simples:

Imagine que você tem um balão com gás a uma certa pressão, volume e temperatura. Se você o aquece ou comprime, a lei geral dos gases ajuda a prever o novo estado do balão — sem precisar recorrer a suposições complexas.

Exemplos

1 - (PUC) Um menino deixou escapar um balão contendo 2,0 L de gás hélio, a 20 °C e pressão de 2,0 atm. Quando atingir uma altura em que sua pressão for 0,5 atm e sua temperatura, 10 °C, o volume do balão, em L, será:

A) 0,50

B) 3,86

C) 4,50

D) 7,73

E) 8,28

Resolução:

t1 = 20 °C

T1 = t1 + 273

T1 = 20 + 273 = 293 K

t2 = 10 °C

T2 = t2 + 273

T2 = 10 + 273 = 283 K

p1 = 2,0 atm

p2 = 0,5 atm

V1 = 2,0 L

V2 = ?


V2 ≅ 7,73 L

2 - (UPF) Considerando que o volume de um gás ideal é V1 = 0,5 m³ na temperatura T1 = 0 ºC e pressão P1, podemos afirmar que, na pressão P2 = 0,5P1 e T2 = 10T1o volume do gás, em m³, será:

a) 1

b) 5

c) 20

d) 10

e) 0,1

Resolução:

V1 = 0,5 m³ 

T1 = 0 °C 

T1 = t1 + 273

T1 = 0 + 273 = 273 K

P2 = 0,5P1 e T2 = 10T1

V2 = 10 m3

Exercícios 

1 - (PUC) Um pneu de bicicleta é calibrado a uma pressão de 4 atm em um dia frio, à temperatura de 7 °C. Supondo que o volume e a quantidade de gás injetada são os mesmos, qual será a pressão de calibração nos dias em que a temperatura atinge 37 °C?

A) 21,1 atm

B) 4,4 atm

C) 0,9 atm

D) 760 mmHg

E) 2,2 atm

Resolução:

t1 = 7 °C

T1 = t1 + 273

T1 = 7 + 273 = 280 K

t2 = 37 °C

T2 = t2 + 273

T2 = 37 + 273 = 310 K

p1 = 4 atm

p2 = ?

Simplificando:


Multiplicando cruzado:

7·p2 = 1·31    ⇒    7p2 = 31


p≅ 4,4 atm

2 - (ITA-10) Um vaso de pressão com volume interno de 250 cm3 contém gás nitrogênio (N2) quimicamente puro, submetido à temperatura constante de 250 °C e pressão total de 2,0 atm. Assumindo que o Nse comporta como gás ideal, assinale a opção CORRETA que apresenta os respectivos valores numéricos do número de moléculas e da massa específica, em kg /m3, desse gás quando exposto às condições de pressão e temperatura apresentadas.

a) 3,7 x 1021 e 1,1.

b) 4,2 x 1021 e 1,4.

c) 5,9 x 1021 e 1,4.

d) 7,2 x 1021 e 1,3.

e) 8,7 x 1021 e 1,3.

Resolução:

Número de moléculas:

tC = 250 °C

T = tC + 273

T = 250 + 273

T = 523 K

p = 2,0 atm

R = 0,082 atm · L / mol · K

NAV = 6,02·1023 partículas

p·V = n·R·T

2· 0,25 = n· 0,082· 523 


0,5 = n· 42,886

n = 0,1117 mols

Mas, temos que o cada mol corresponde a NAV moléculas:

N = n·NAV

N = 0,0117· 6,02·1023

N = 0,072·1023 = 7,2·1023 –2

N = 7,2·1021

Massa molar da molécula do gás nitrogênio (N2): M = 28 g/mol (MN = 14 g /mol)

Densidade:

d = 1,3 g/L = 1,3 kg/m3

3 - (Uerj) Em um reator nuclear, a energia liberada na fissão de 1 g de urânio é utilizada para evaporar a quantidade de 3,6.104 kg de água a 227 °C e sob 30 atm, necessária para movimentar uma turbina geradora de energia elétrica. Admita que o vapor d’água apresenta comportamento de gás ideal. O volume de vapor d’água, em litros, gerado a partir da fissão de 1 g de urânio corresponde a:

a) 1,32.105

b) 2,67.106

c) 3,24.107

d) 7,42.108

Resolução:

p = 30 atm

m = 3,6·104 kg

R = 0,08 atm⋅ L/mol⋅ K = 8·10-2 atm⋅ L/mol⋅ K

tC = 227°C

T = tC + 273

T = 227 + 273

T = 500 K = 5·102 K

Devemos nos lembrar de que a massa molar da molécula de água (H2O) é igual a 18 g/mol ou 18.10– 3 kg/mol (MH = 1 g mol e MO = 16 g/mol):

M = 18·10– 3 kg/mol



V = 2,67·106 L

4 - (PUC - RJ) Um processo acontece com um gás ideal que está dentro de um balão extremamente flexível em contato com a atmosfera. Se a temperatura do gás dobra ao final do processo, podemos dizer que:

a) a pressão do gás dobra, e seu volume cai pela metade.

b) a pressão do gás fica constante, e seu volume cai pela metade.

c) a pressão do gás dobra, e seu volume dobra.

d) a pressão do gás cai pela metade, e seu volume dobra.

e) a pressão do gás fica constante, e seu volume dobra.

Resolução:

Vamos aplicar a lei geral dos gases. Para isso, é preciso lembrar que, enquanto está em contato com a atmosfera, a pressão sobre o balão é constante, dessa maneira:

Fazendo:

T= T,      T2 = 2T     e     p1 = p2 = p 

Resposta: letra E.

5 - (CESGRANRIO-RJ) Um estudante coletou 0,16 g de um determinado gás, a 300 K, em um recipiente de 150 mL, e verificou que a pressão do gás era de 0,164 atm. A partir desses dados, pode-se afirmar que a massa molecular desse gás é:

(Dado: R = 0,082 (atm·L)/(mol·K))

a) 2        b) 8        c) 16        d) 32        e) 160

Resolução:

M = ?

m = 0,16 g

T = 300 K

V = 150 ml = 150:1 000 L = 0,15 L

p =  0,164 atm

R = 0,082 (atm·L)/(mol·K)


M = 160 g/mol

6 - (FURRN) No alto de uma montanha, o termômetro marca 15 °C e o barômetro, 600 mm Hg. Ao pé da montanha, a temperatura é de 25 °C e a pressão é 760 mm Hg. A relação entre os volumes ocupados pela mesma massa de gás no alto da montanha e no pé da montanha é:

A) 2,1.

B) 1,5.

C) 12.

D) 2.

E) 1,2.

t1 = 15 °C

T1 = t1 + 273

T1 = 15 + 273 = 288 K

t2 = 25 °C

T2 = t2 + 273

T2 = 25 + 273 = 298 K

p1 = 600 mm Hg

p2 = 760 mm Hg

V1/V2 = ?



7 - (Med. Pouso Alegre-MG) Ao sair de viagem, o motorista calibrou os pneus do seu veículo colocando no seu interior 2 atm de pressão, em um dia quente, a 27°C. Ao chegar ao destino, mediu novamente a pressão dos pneus e encontrou 2,2 atm. Considerando-se desprezível a variação do volume, a temperatura do pneu, ao final da viagem, era de quantos graus Celsius?

a) 660 °C

b) 57 °C

c) 330 °C

d) 272 °C

e) 26,7 °C

Resolução:

p1 = 2 atm

p2 = 2,2 atm

t1 = 27 °C

T1 = t1 + 273

T1 = 27 + 273 = 300 K

t2 = ?

Substituindo na expressão:

T2 = 330 K

T2 = t2 + 273    ⇒   330 = t2 + 273

t2 = 330 – 273  ⇒   t2 = 57 °C

Resposta: Letra B.

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