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quinta-feira, 24 de julho de 2025

Energia mecânica

A energia mecânica é a soma da energia cinética e da energia potencial de um sistema. Ela representa a capacidade de um objeto realizar trabalho devido ao seu movimento ou posição. Em um sistema conservativo, onde não há forças dissipativas como atrito ou resistência do ar, a energia mecânica total permanece constante.

A equação que descreve a energia mecânica é:

Em = EC + Ep

Onde:

  • ( Em) é a energia mecânica total
  • ( EC ) é a energia cinética
  • ( Ep ) é a energia potencial (pode ser gravitacional ou elástica, dependendo do contexto)

Conceitos Importantes:

· Conservação da Energia Mecânica: Em sistemas sem forças dissipativas, a energia mecânica se conserva, ou seja, a energia cinética pode se transformar em energia potencial e vice-versa, mas sua soma continua a mesma.

·       Transformação de Energia: Em situações reais, forças como o atrito podem transformar a energia mecânica em calor, reduzindo a energia disponível para movimento.

·       Aplicações: A energia mecânica é essencial na análise do movimento de objetos, máquinas, esportes, engenharia civil e até fenômenos naturais como a trajetória dos planetas.

     Exemplos

1 - (PUC-RJ) Determine a massa de um avião viajando a 720 km/h, a uma altura de 3000 m do solo, cuja energia mecânica total é de 70,0⋅106 J. Considere a energia potencial gravitacional como zero no solo. (g =10 m/s2)

a) 1 000 kg

b) 1 400 kg

c) 2 800 kg

d) 5 000 kg

e) 10 000 kg

Resolução: 

v = 720 km/h = 720:3,6 m/s = 200 m/s

h = 3 000 m

Em = 70,0⋅106 J

Ep = m⋅g⋅h

Em = EC + Ep

Colocando "m" em evidência:


m = 14,0⋅102 ⇒ m = 14,0⋅10⋅10

m = 14,0⋅100 ⇒ m = 1 400 kg

2 - (Udesc) Deixa-se cair um objeto de massa 500 g de uma altura de 5 m acima do solo. Assinale a alternativa que representa a velocidade do objeto, imediatamente, antes de tocar o solo, desprezando-se a resistência do ar.

a) 10 m/s

b) 7,0 m/s

c) 5,0 m/s

d) 15 m/s

e) 2,5 m/s

Resolução: 

m = 500 g

h = 5 m

g = 10 m/s2

v = ?

Energia mecânica na altura máxima:

v0 = 0

Em = EC + Ep


Comparando as energias inicial e final:

Em = Ems 

v = 10 m/s

Exercícios 

1 - (PUC-MG) Os gatos conseguem sair ilesos de muitas quedas. Suponha que a maior velocidade que ele possa atingir o solo, sem se machucar, seja de 29 km/h. Então, desprezando-se a resistência do ar e considerando g=10 m/s2, a altura máxima de queda para que um gato, partindo do repouso, nada sofra é, aproximadamente, de:

a) 6,4 m

b) 10 m

c) 2,5 m

d) 3,2 m

e) 8,2 m

Resolução: 

v = 29 km/h = 29:3,6 m/s8,06 m/s

Energia mecânica do gato na altura máxima:

v0 = 0

Em = EC + Ep

Energia mecânica do gato no solo:

h = 0

Ems = EC + Ep

Comparando as energias:

Em = Ems 


h ≅ 3,2 m

2 - (Ifba) O Beach Park, localizado em Fortaleza-CE, é o maior parque aquático da América Latina situado na beira do mar. Uma das suas principais atrações é um toboágua chamado “Insano”. Descendo esse toboágua, uma pessoa atinge sua parte mais baixa com velocidade módulo 28 m/s.

Considerando-se a aceleração da gravidade com módulo g = 10 m/s² e desprezando-se os atritos, estima-se que a altura do toboágua, em metros, é de:

a) 28

b) 274,4

c) 40

d) 2,86

e) 32

Resolução: 

v = 28 m/s

Energia mecânica na sua altura máxima do toboágua:

v0 = 0

Em = EC + Ep

Energia mecânica no solo:

h = 0

Ems = EC + Ep


Comparando as energias:
Em = Ems 

h ≅ 40 m

3 - (Ufes 2012) Um bloco de massa 0,10 kg é abandonado, a partir do repouso, de uma altura h de 1,2 m em relação a uma mola ideal de constante elástica 0,10 N/cm. Como é mostrado na figura rotulada como “Depois”, ao lado, o bloco adere à mola após o choque. No desenho, é o ponto de abandono do bloco, B é o ponto de equilíbrio da mola, e C é o ponto onde há maior compressão da mola. Despreze perdas de energia por atrito e adote g = 10 m/s2.

A) Identifique, em um diagrama, as forças que atuam no corpo, quando a deformação da mola é máxima.

B) Determine a velocidade do bloco imediatamente antes de se chocar com a mola.

C) Determine o trabalho realizado sobre o bloco pela força gravitacional entre os pontos A e B.

D) Determine a deformação máxima sofrida pela mola.

Quando necessário, utilize a aceleração da gravidade g = 10 m/s² e a constante universal dos gases R = 8,31 J/molK.

Resolução:

A)

B) EmA = EmB



C) 𝝉P =m⋅g⋅h

𝝉P =0,10⋅10⋅1,2 

𝝉P = 1,2 J

D) m = 0,10 kg

h = 1,2 m

𝑘 = 0,10 N/cm

Para converter N/cm para N/m, multiplicamos por 100:

𝑘 = 0,10×100 = 10 N/m

A energia mecânica inicial no ponto A é puramente potencial gravitacional:

EmA = m⋅g⋅h

A energia mecânica final no ponto C (compressão máxima) é puramente potencial elástica:

Pela conservação da energia:

EmA = EmC





Resposta: x = 0,60 m ou x = 60 cm

4 - (Ifsp) Um atleta de salto com vara, durante sua corrida para transpor o obstáculo a sua frente, transforma a sua energia _____________ em energia ____________ devido ao ganho de altura e consequentemente ao/à _____________ de sua velocidade.

As lacunas do texto acima são, correta e respectivamente, preenchidas por:

a) potencial – cinética – aumento.

b) térmica – potencial – diminuição.

c) cinética – potencial – diminuição.

d) cinética – térmica – aumento.

e) térmica – cinética – aumento.

Resolução:

Frase corretamente preenchida:

Um atleta de salto com vara, durante sua corrida para transpor o obstáculo a sua frente, transforma a sua energia cinética em energia potencial devido ao ganho de altura e consequentemente ao/à diminuição de sua velocidade.

Resposta: Letra C

5 - (PUC-MG) Um ciclista desce uma rua inclinada, com forte vento contrário ao seu movimento, com velocidade constante. Pode-se afirmar que:

a) sua energia cinética está aumentando.

b) sua energia potencial gravitacional está diminuindo

c) sua energia cinética está diminuindo.

d) sua energia potencial gravitacional é constante.

Resolução:

Como a velocidade do ciclista é constante, a sua energia cinética também será, além disso, se ele desce a rua, a sua altura está diminuindo, então a sua energia potencial gravitacional também diminuirá.

Resposta: Letra B


terça-feira, 22 de julho de 2025

Estudo do sinal de uma função quadrática

O estudo do sinal de uma função quadrática permite identificar em quais intervalos do domínio a função assume valores positivos, negativos ou nulos. Isso é fundamental para resolver inequações, analisar o comportamento de gráficos e tomar decisões em problemas práticos.

A função quadrática tem a forma:

f(x) = ax2 + bx + c

O que significa “sinal”:

  • Positivo: Quando f(x) > 0, o gráfico está acima do eixo x.
  • Negativo: Quando f(x) < 0, o gráfico está abaixo do eixo x.
  • Zero: Quando f(x) = 0, os pontos de interseção com o eixo x, chamados de raízes.

Como estudar o sinal:

1. Encontrar as raízes da equação f(x) = 0

Resolva a equação quadrática usando fórmula de Bhaskara ou fatoração:


Onde:


ou

2. Analisar o coeficiente "a":
Se a > 0, a parábola tem concavidade voltada para cima:

Se a < 0, a parábola tem concavidade voltada para baixo:


3. Dividir a reta real em intervalos entre as raízes
Exemplo: se as raízes forem x1 e x2, examine os sinais em:
  • x < x1
  • x1 < x < x2
  • x > x2

Dica Visual:

O gráfico da função quadrática é uma parábola. O sinal da função pode ser visualizado observando em quais regiões a parábola está acima ou abaixo do eixo x.

1º caso: △ > 0

Neste caso:

A função admite dois zeros reais diferentes, x1 e x2;

A parábola que representa a função intersecta o eixo x em dois pontos.

f(x) = 0 para x = x1  ou  x = x2

f(x) > 0 para x < x1  ou  x > x2

f(x) < 0 para x1 < x < x2

f(x) = 0 para x = x1  ou  x = x2

f(x) > 0 para x1 < x < x2

f(x) < 0 para x < x1  ou  x > x2

 

2º caso: △ = 0

Neste caso:

A função admite dois zeros reais e iguais, x1 = x2;

A parábola que representa a função intersecta o eixo x em apenas um ponto.

f(x) = 0 para x = x= x2

f(x) > 0 para x ≠ x= x2                 



f(x) = 0 para x = x= x2

f(x) < 0 para x ≠ x= x2  

3º caso: △ < 0

Neste caso:

A função não admite zeros reais;

A parábola que representa a função não intersecta o eixo x.

f(x) > 0, ∀ x ∈ ℝ


f(x) < 0, ∀ x ∈ ℝ

Exemplos

1 – Estudar o sinal da função f(x) = x2 – 4.

Resolução:

Para encontrar as raízes de f(x), vamos usar fatoração:

f(x) = 0   ⇒    x2 – 4 = 0

x2 – 22 = 0     ⇒     (x + 2)⋅(x – 2) = 0

x + 2 = 0  ⇒    x = – 2

ou

x – 2 = 0   ⇒  x = 2

Raízes: x = – 2 e x = 2

  • A parábola tem concavidade voltada para cima: a > 0
  • Sinal:
  • f(x) > 0 quando x < – 2 ou x > 2
  • f(x) < 0 quando – 2 < x < 2
  • f(x) = 0 quando x = – 2 ou x = 2

2 – Estudar o sinal da função f(x) = x² – 5x + 6.

Resolução:

Fazendo f(x) = 0: 

x² – 5x + 6 = 0

a = 1,  b = – 5   e   c = 6


Raízes:

Concavidade:

a = 1 > 0, que é maior que zero, então a concavidade é voltada para cima.

Sinal:
Entre as raízes (2 e 3), a função é negativa (f(x) < 0). 
Antes da raiz 2 e depois da raiz 3, a função é positiva (f(x) > 0).
Nos pontos x = 2 e x = 3, a função é nula (f(x) = 0). 

Exercícios

1 - Estude o sinal da função f(x) = x2 – 2x + 1.

Resolução:

Fazendo f(x) = 0: 

x2 – 2x + 1 = 0 

a = 1, b = – 2 e c = 1

Raízes:


A parábola tem concavidade voltada para cima: a = 1 > 0

Sinais:

f(x) = 0 para x = 1

f(x) > 0 para x ≠ 1  

2 - Faça o estudo do sinal da função f(x) = 6x2 – 5x + 1.

Resolução:

Fazendo f(x) = 0: 

x2 – 2x + 1 = 0

a = 6,  b = – 5  e  c = 1




A parábola tem concavidade voltada para cima: a = 6 > 0
Sinais:

f(x) > 0 quando:
           
f(x) < 0 quando:
          
f(x) = 0 quando: 
         

3 - Estude o sinal da função f(x) = – x2 – 2x + 3.

Resolução:

Fazendo f(x) = 0: 

– x2 – 2x + 3 = 0

a = – 1,  b = – 2   e   c = 3



A parábola tem concavidade voltada para baixo: a = – 1 <  0


Sinais:

f(x) > 0 quando – 3 < x < 1
f(x) < 0 quando x < – 3 ou x > 1
f(x) = 0 quando x = – 3 ou x = 1

4 - Dada a função f(x) = x2 + 4x + 4, faça o estudo de seu sinal.

Resolução:

Fazendo f(x) = 0: 

x2 + 4x + 4 = 0

a = 1,   b = 4   e   c = 4


Raízes:

A parábola tem concavidade voltada para cima: a = 1 > 0 
Sinais:

f(x) = 0 para x = – 2

f(x) > 0 para x ≠ – 2  

5 – Fazer o estudo do sinal da função f(x) = x(1 – x) – 1.

Resolução:

f(x) = x(1 – x) – 1

f(x) = x – x2 – 1

f(x) = – x2 + x – 1

Fazendo f(x) = 0:

x2 + x – 1 = 0

a = – 1, b = 1 e c = – 1

△ < 0

A parábola tem concavidade voltada para baixo: a = – 1 < 0

Sinais: f(x) < 0, ∀ x ∈ ℝ

6 - Determine os valores de c para os quais temos 𝑥2 + 4𝑥 + 𝑐 > 0, ∀ 𝑥 ∈ ℝ.

Resolução:

Condição: △ < 0

a = 1, b = 4 e c = ?

Multiplicado por ( – 1):

– 4c < –16   ( – 1)

4c  > 16